sexta-feira, 31 de maio de 2013

A cura perfeita


Nessas horas, até queria mesmo uma droga qualquer que anestesiasse meus sentimentos. Eu beberia até a última gota, derramaria todos os meus sentidos dentro da garrafa e jogaria ao mar pra que em um futuro distante um ser qualquer pudesse se embriagar das paixões mais incessantes, dos desejos mais intensos, das dores mais viscerais. Ir do céu ao inferno em menos de 40 segundos, a mais de 1800 quilômetros por hora. Saltar de um abismo sem olhar pra trás a cada batida de um coração acelerado. Voar em direção a cada estrela do céu buscando encontrar uma única estrela perdida no fundo do mar. Seria o antídoto ideal para toda e qualquer monotonia, a cura perfeita para toda a forma de indiferença, o remédio mais procurado por quem tem medo de se entregar.