Nessas horas, até queria mesmo uma droga qualquer que
anestesiasse meus sentimentos. Eu beberia até a última gota, derramaria todos
os meus sentidos dentro da garrafa e jogaria ao mar pra que em um futuro
distante um ser qualquer pudesse se embriagar das paixões mais incessantes, dos
desejos mais intensos, das dores mais viscerais. Ir do céu ao inferno em menos
de 40 segundos, a mais de 1800 quilômetros por hora. Saltar de um abismo sem
olhar pra trás a cada batida de um coração acelerado. Voar em direção a cada
estrela do céu buscando encontrar uma única estrela perdida no fundo do mar.
Seria o antídoto ideal para toda e qualquer monotonia, a cura perfeita para toda
a forma de indiferença, o remédio mais procurado por quem tem medo de se
entregar.